Em primeiro lugar, bem vindos ao século XXI. Vivemos atualmente um momento histórico de grandes mudanças em curtos períodos de tempo. São vários os fatos que mudaram entre os anos de 1990 e 2011. Obviamente poderia ficar dias falando sobre mil fatos que mudaram e revolucionaram essa virada de século, mas vou me ater à contextos educativos, como é o intuito desse blog. Levando em conta o gigantesco avanço científico e principalmente tecnológico que tivemos nos últimos anos, foi-se criando algumas segmentações na sociedade sobre até que ponto é benéfico e ideal a tecnologia no dia-a-dia das pessoas. Alguns dizem que a tecnologia é ótima e está nos fazendo saltar em avanços ao invés de caminhar lentamente, outros dizem que a tecnologia (principalmente a internet) é um problema gigante – pois afasta as crianças das famílias, dos livros, da convivência social, etc.
A partir de alguns desses fatos, vamos começar falando sobre o que se pode ter como pontos negativos da tecnologia no contexto atual de educação. Gostaria de começar falando sobre a facilidade de acesso à informação que existe hoje em dia. Uma criança de dois anos de idade tem acesso as mesmas informações que uma pessoa de oitenta anos de idade, coisa que até acontecia antigamente, mas com uma freqüência baixíssima. Por exemplo, uma criança de dois anos de idade pode sentar no computador de sua casa, acessar a internet e descobrir o que está acontecendo na sua cidade – obviamente ela pode e irá ter uma interpretação diferente do que uma pessoa de oitenta anos, acerca dos fatos observados na internet. Mas agora levando mais a fundo isso, essa mesma criança de dois anos de idade pode acessar informações sobre física moderna, enquanto talvez um adulto de oitenta anos nunca tenha estudado ou visto isso antes. Parece que eu sou louco ao dizer isso, não? Obviamente seria sem sentido uma criança de dois anos de idade ir atrás de tal informação, mas e uma criança de oito ou doze anos? Já pensaram que esse adulto de oitenta anos, ou de cinqüenta talvez, pode ser o professor dessa criança que agora sabe sobre física moderna? Pois bem, hoje em dia enfrentamos um problema ao sermos professores, o mesmo problema que enfrentamos a milhares de anos: o medo. Essa característica emocional dos animais serve muito bem para momentos em que eles estão encurralados, pressionados por alguma adversidade não previamente calculada, etc. Sendo nós, seres racionais (como alguns gostam de dizer), tentamos sempre estar previamente preparados para a maioria das adversidades que podemos enfrentar, como por exemplo: a contestação e exposição de nossos conhecimentos diante de vários outros seres – onde iremos nos submeter a uma avaliação social se estamos aptos para desempenharmos a tarefa de docência bem como se temos o conhecimento devido para tal. Digo isso, tendo em vista que segundo Maturana (1998) nosso pensamento racional é diretamente afetado e derivado das emoções. Aqui levanto um dos desafios que temos na educação hoje em dia, o medo dos docentes de serem contestados ou pressionados de alguma maneira pelos alunos - por eles terem um conhecimento diferente, contrário, melhorado, etc, em relação ao exposto pelos professores.
Outro desafio que é imposto pelas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) é que, como dito anteriormente, pode-se encontrar informações erradas, defasadas, modificadas, etc. Temos como exemplos os wikis, onde várias pessoas podem acessa-los e modifica-los da maneira que acham mais correto (sendo acrescentando, retirando ou modificando alguma informação). É claro que por contrapartida a isso Baumgartner (2004) diz que os blogs não tem tal problema. Os blogs são acessados por uma única fonte que irá mediar, “postar”, a informação de maneira aberta (onde qualquer um pode acessar o hiperlink e visualizar) ou de maneira fechada (onde só grupos determinados de pessoas, como usuários daquele blog poderão acessar tais informações), sendo assim de conhecimento dos usuários que buscam tais informações a sua fonte, e por conseqüência se consideram segura ou não essa fonte de informação.
Também acho legal levantar o fato da má utilização das TCIs por parte de professores e/ou alunos. Para algumas pessoas que vivem na sociedade atual, esse é um mundo totalmente novo, o mundo tecnológico, e para essas pessoas desacostumadas com a inserção da tecnologia, às vezes, é complicado utilizarem-na, mesmo de modo simples, corretamente. Não adianta termos os recursos tecnológicos se mantemos metodologias antigas para esses meios novos, como vimos no vídeo em sala de aula. Claro que também precisamos levar em conta que alguns alunos não estão habituados a esse tipo de ferramenta, e outros nem acesso a elas possuem. O que acontece aqui pode entrar em conexão com o medo que alguns docentes possuem com relação à informação desenfreada que podemos acessar. Alguns professores criam “freios mentais” ou traumas com relação a tecnologias que irão acarretar a uma negação de tais recursos para educar seus alunos. Temos exemplos de professores que preferem que os alunos escrevam tudo a mão ao invés de digitarem em um computador.
Mudando agora um pouco o ponto de vista das TICs, vamos buscar pontos positivos nos recursos tecnológicos.
Inicialmente podemos dizer que os blogs proporcionam um acesso rápido, dinâmico, a vários tipos de conteúdos que normalmente são separadas por público a ser atingido ou assunto a ser abordado. Esse acesso também pode ser por parte tanto dos alunos como dos professores, tornando o ensino muito mais abrangente e totalmente diferenciado. Segundo Fofonca (2011) os blogs podem se adaptar a qualquer disciplina, nível, modalidade ou metodologia de ensino, o que os torna uma ferramenta com alto potencial.
Além disso, segundo Baumgarter (2004) os blogs possuem uma vantagem de caráter exógeno em relação ao espaço educativo, pois são construídos através de hiperlinks e não dependem de um servidor exclusivo. Isso obviamente minimiza os custos de globalizar a informação e principalmente facilita muito o acesso e a publicação de mais informações na Rede. Caso fosse necessário um servidor exclusivo, seria altamente caro o aluguel deste servidor para que a informação pudesse ser veiculada. Entendo isso como uma forma que a Educação utilizou para aproveitar para seu benefício próprio a Rede, tendo como uma das ferramentas usadas os blogs.
Como diz Almeida (2009), os blogs permitem aos autores definirem bem o foco de seus trabalhos (posts), o que por sua vez acaba definindo o público de acesso. Também podemos aproveitar aqui, com o que diz Almeida, para dizer que é uma boa maneira de verificar quantitativamente quantas pessoas se interessam pelo assunto “x”, se ele está acessível para o público que o procura (cuidando os comentários feitos sobre o assunto), se ele é bastante procurado pelas pessoas, etc. A partir disso, nós professores, podemos verificar qual assunto interessa mais para nossos alunos. Verificar o que eles pesquisam mais na internet, por exemplo, e tentar trazer os assuntos que lhes apetecem para a sala de aula é uma ótima maneira de se formular uma aula que vá ter algum significado para eles.
“Nos blogs de divulgação científica encontramos artigos ou trechos de capítulos de livros que podem servir de fundamentação para pesquisas, assim além de democratizar o acesso à informação, acontece o acesso rápido ao conhecimento.” (FOFONCA, 2011). Esse ponto é bastante importante, pois é um dos motivos, na minha opinião, de hoje em dia ser tão utilizada a internet para se fazer trabalhos, por exemplo. Ao invés de ter que ir até uma biblioteca, perder tempo procurando livros, procurando páginas, assuntos, etc, simplesmente se põe em algum site de busca o que se procura e pronto, aparecem várias possibilidades e ainda por cima em ordem de maior número de acessos. Tudo o que os jovens querem para evitar o trabalho excessivo, perda de esforço desnecessário, etc. Mas o único problema aqui, é que muitas pessoas hoje em dia acreditam que aquele conhecimento está totalmente pronto para eles, acabam copiando e colando, ou absorvendo em forma de, segundo Freire, conhecimento bancário. Cabe aqui, a nós professores, ajudarmos os alunos da melhor maneira e criticar as informações encontradas, averiguar a veracidade delas, onde mais podem ser usadas além do assunto o qual tiveram que pesquisar, etc.
E termino com a seguinte citação “No caso das TIC, elas representam, mesmo que ainda com acesso limitado, uma via de comunicação e educação que não pode ser ignorada, à medida que ambas as áreas estão em constante interação, uma servindo à outra, tanto na academia, quanto no cotidiano da sociedade. (TÔNUS, 2008, p.243).”. Acho que esse parágrafo diz por si tudo que é preciso. Então vamos nos adequar a esse novo mundo, pois nossos alunos ou futuros alunos já estão adequados a ele.